sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

SHAKESPEARE TACKLE CO.

Depois de um longo período sem publicar nada aqui, vamos dar continuidade ao tópico CARRETILHAS SKELETONS E SEUS FABRICANTES, desta vez, comentando sobre Shakespeare Tackle Company.

Já falamos sobre a história do fundador, Willian Shakespeare Jr., ao abordarmos a KALAMAZOO TACKLE CO., uma subsidiária da SHAKESPEARE TACKLE CO. que, segundo relatos históricos, criou sua primeira carretilha em 1896. 


A Industria foi fundada em 1897, em Kalamazzo, Michigan . Com apenas uma década de existência, a empresa já produzia uma grande quantidade de carretilhas de fly e bait, além de varas e iscas artificiais.



Mas o que interessa aqui, são os modelos de carretilhas de fly SKELETONS produzidas por Shakespeare.

O primeiro modelo é a

KAZOO.


A Shakespeare Kazzo é similar a outras carretilhas produzidas no mesmo período estampadas com outros nomes de outras empresas.



Se colocarmos uma  KALAMAZOO SURPRISE ao lado da KAZOO, ou da SOUTH BEND ST. JOE 1170 e da ABBEY & IMBRIE, será dificil dizer qual é cada uma sem olhar a parte posterior da carretilha onde estão os respectivos nomes. Mais ainda, existem algumas outras carretilhas similares que não trazem marca alguma, dificultando assim a identificação do fabricante.




De fato, a semelhança entre todas essas carretilhas não poderia ser diferente, já que foi Shakespeare que produziu todas, através da própria industria ou de suas subsidiárias, como a Kalamazoo.

Segundo Richard K. Lodge, e seu livro Skeletons, A collector's guide to Raised Pillar Fly Reels, já comentado aqui em diversas ocasiões, a Shakespeare listou três tamanhos da Kazoo em seu catálogo de 1939. A primeira delas, a nº 1872 tinha uma base de 3/4" na coluna, com um diametro interno de carretel de 2 ¹/4", com capacidade para 60 jardas de linha. Essa carretilha  com peso de 3 ³/4 onças (algo em torno de 85 gramas) era vendida a 85 cents! 

A Kazoo 1875 tinha 1" na  coluna, com um diametro interno de carretel de 2 1/4", com capacidade para 80 jardas de linha. Essa carretilha com peso de 3 4/5 onças (algo em torno de 90 gramas) também era vendida por 85 cents!

O teceiro modelo, "the wide-bodied" nº 1877 foi descrita como "a new larger capacity model of the familiar kazoo trout reel with 1 3/4" pillars".

Com capacidade para 125 jardas e peso de 3.85 onças era vendida por U$ 1.00.  Segundo o autor, um catálogo da Shakespeare datado de 1923, listou apenas dois modelos da Kazoo, sendo uma versão de 60 jardas e outra de 80 jardas. Ambas em niquel.  Isto demosntra que as carretilhas já eram produzidas na década de 20. Nesse catálogo, consta o seguinte valor das carretilhas: KAZOO 60 - U$ 24.00 a dúzia! e KAZOO 80, por U$ 26.00, a dúzia.   



Como muitas outras carretilhas do mesmo período, o nome vinha estampado no costado da carretilha.


Essas carretilhas foram produzidas em duas versões, sendo uma em acabamento preto e outra em acabamento em bronze, sempre a base de níquel.

 Além da Kazoo, outro modelo bastante interessante, produzida na mesma época, foi a


FEATHERWEIGHT.   


Esta carretilha, produzida em dois tamanhos, para 60 e 80 jds de linha, competia diretamente com as FEATHERLIGHT da Meisselbach, já abordada aqui em outra ocasião. 



Com um custo de venda inferior à concorrente, tornou-se uma das mais populares entre os pescadores de trutas da época. 


Produzida em aluminio, seu acabamento era em bronze e diferente da Kazoo, o corpo da carretilha era soldado ao invés de utilizar parafusos. O desenho do carretel seguia o mesmo padrão de pétalas de outras tantas carretilhas que macaram a época.

Além dos dois modelos citados acima, uma terceira carretilha, também da década de 20, que chama muito a atenção dos colecionadores é a

WINNER.   


Apesar desta carretilha ser mais uma daquelas produzidas para ter mais de uma função, ou seja, podia ser usada tanto para fly quanto para light trolling, o seu design inovador para a época, a coloca em destaque. 

Foi uma das primeiras carretilhas a apresentar um duplo line guide, um de cada lado, permitindo que a carretilha fosse utilizada tanto por pescadores destros ou canhotos.     


Além disso, o desenho interno do carretel era em formato de "V", o que permitia um acumulo de linha maior para as dimesões da carretilha. A capacidade de linha estava em torno de 60 jds, no caso específico da pesca com mosca, enquanto podia acumular quase 80 jds com linha convencional. 

 
Construida em aluminio, era apresentada na cor preta, com o desgaste do tempo, a cor original do metal pode aparecer, com a carretilha das fotos.

Outro detalhe interessante nessa carretilha está na carcaça. Ao invés de ser construída em forma de gaiola, como a grande maioria, apresentava apenas uma chapa em L onde estavam fixados os guias e o drag clic.




O costado cobria parcialmente o carretel. Este tipo de desenho era comum em carretilhas centrepin de madeira do século XVIII. É bem provável que o desenho da carretilha tenha sido baseado naquelas carretilhas. Com isso, o carretel girava mais livre.


 O nome também vinha estampado no costado e diferentemente dos outros modelos, o desenho do carretel era aprrsentado em circulos concêntricos.

Abaixo, podemos ver os três modelos juntos.  
  

Para aqueles que tem curiosidade de ver uma tralha antiga em ação, o video abaixo mostra o pescador usando um equipamento da Shakespeare. Acredito que seja do final da Década de 50. Na época a tralha ainda era nova!



Por hoje é só!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sessão Pipoca II - O cineminha das antigas

No YouTube é possível encontrar algumas raridades e também ótimos videos atuais.

Este aqui é sobre a pesca do bonefish na Flórida. Com ninguém menos que JIMMIE ALBRIGHT, um dos mais famosos guias de toda a Flórida. Se você associou o nome do guia ao nó, é exatamente ele o inventor.



Um show de imagens. Fico imaginando pescar naquela época com uma tralha daquelas!