quarta-feira, 17 de março de 2010

PFLUEGER ENTERPRISE COMPANY - Parte II

Além da Progress, abordada na parte I deste tópico, a Pflueger lançou outras carretilhas na mesma linha das skeletons.

A primeira delas que vamos abordar aqui, é a

SAL-TROUT.


Esta carretilha foi lançada em 1935, em duas númerações: 1554 e 1555. Posteriormente, mais uma carretilha dessa série foi lançada, em 1952, com o número 1558.

A Sal-Trout 1554 foi produzida em alumínio em duas cores, sendo que a armação da carretilha era preta enquanto que o carretel era metálico.


A 1554 foi produzida também nos anos de 1952 e 1956, entretanto as carretilhas produzidas nesse período sofreram modificações, principalmente no corpo da carretilha, que passou a ser fechada na parte do costado, perdendo o desenho de "cruz", presente no modelo de 1935.


O carretel também sofreu uma leve modificação no desenho das "pétalas", quase que imperceptível. O diâmetro da carretilha foi mantido. Mas a principal mudança foi a retirada do contra-balanço (contra-peso) à manivela, que se manteve em material plástico.


Essa modificação acompanhou uma "tendência" do mercado, onde diversas carretilhas passaram a ser produzidas em desenho diferente do modelo original. É importante ressaltar, que estamos falando do período do pós guerra, com influências da Art Déco. Desenhos mais simples, definidos sempre por linhas precisas e geométricas ou por representações estilizadas de figuras naturais são os aspectos mais marcantes desse período.


O logo com o desenho do Bulldog aparece no costado da carretilha, mesmo no segundo modelo.
Outra mudança, se comparada com a Progress, é que este modelo de carretilha não é "raised pillar", ou seja, o´pé da carretilha é fixado diretamente no corpo através de dois parafusos.


Essa "evolução" faz da Sal -Trout uma das carretilhas mais populares entre os colecionadores de skeletons.

A 1555 totalmente preta era um diferencial entre essas carretilhas.


A capacidade de armazenamento de linha entre elas também é outro ponto que diferencia os dois modelos.

Na imagem obtida de um catálogo em uma venda de leilão eletrônico, encontrei o descritivo a respeito da capacidade de linhas de cada uma delas. Muito embora a imagem não esteja 100% nítida, é possível perceber a diferença entre as carretilhas ainda no sistema alfabético das linhas de fly.


O nome "Sal-Trout", obviamente é uma homenagem a pesca de salmões e trutas. Essas carretilhas foram desenhadas para a pesca dessas espécies, muito embora a 1555 também tenha sido utilizada para o troling (corrico) graças a sua capacidade maior de armazenamento de linha. 

Essas carretilhas, em catálogos da época, eram vendidas pela bagatela de U$ 2.00.

O preço atual, em leilões, podem variar bem, entre 20 e 150 dólares, de acordo com o estado que se encontre e se é oferecida com a caixa original.

Já a Sal-Trout 1558 é uma carretilha que gera alguma confusão entre os colecionadores.




Semelhante a  Pflueger Captain, a Sal-Trout 1558 foi uma das primeiras carretilhas desenvolvidas para a pesca com mosca em água salgada. Na verdade, essa carretilha veio em substituição à Captain (falaremos dela na sequência) e completa a família da SAL TROUT. Foi produzida inicialmente em 1952 e uma segunda geração foi lançada em 1956 com produção até 1979. Como se percebe, é uma carretilha bastante "atual".

A pesca com mosca em água salgada tem sua origem (não oficial) em meados do século 19. As primeiras referências detalhadas surgem por volta de 1840. Nos EUA, o fly fishing em água salgada ganha destaque a partir do final de 1800 e início do séc 20, quando "se descobre" a pesca do tarpon no Golfo do México.


O maior diferencial dessea carretilha para as demais da mesam série é que foi introduzido um sistema de freio. Um parafuso no eixo central permite uma regulagem da saída de linha. Exatamente como é feito nos dias de hoje.


Algumas poucas carretilhas até esse período foram produzidas para esse tipo de pescaria, o que deu à Sal Trout um destaque enorme.  

 CAPTAIN   


A Captain, muito embora não seja exatamente uma carretilha de fly tem toda característica de uma. A Pflueger em seu catálogo (no site) descreve a Captain como sendo uma carretilha para corrico (troling). E de fato era. Foi lançada em 1935.

Muitos pescadores, em razão da falta de equipamento pesado para moscas na época, utilizavam esta carretilha como sendo uma carretilha de fly fishing. Estranhamente é oferecida em leilões eletrônicos como sendo uma carretilha de fly. Talvez, daí a grande confusão entre a Captain e a Sal Trout 1558.

O fato marcante, independende da carretilha nãose destinar ao fly, é o desenho skeleton da mesma.


Essa carretilha tinha um tamanho muito maior que as carretilhas convencionais e era bastante robusta. Por curiosidade, recentemente coloquei uma delas em uma vara # 12 e ficou bem balanceada.


A Captain possui, além do parafuso central  de anti-reverso (drag system), uma mola fixada a uma placa de metal que funcina como freio, gerando atrito ao carretel e impedindo que esse gire solto. Fico imginando quantos dedos não se queimaram com as corridas dos grandes tarpons.


Outro dado interessante é a presença do line guide, justamente utilizado na pesca de corrico. Os pescadores de mosca da época, retiravam essa peça ou simplesmente a cortavam. Algumas podem ser encontradas, ainda hoje, sem a peça original.     

Para os colecionadores de carretilhas Skeletons é uma peça importante pois é rica em detalhes.


Desenhada no melhor estilo centrepin, onde o carretel é fixado apenas em um ponto central, essa carretilha agrega diversos conceitos que serviram de base para tantas outras carretilhas atuais.


Diferente de outras carertilhas da Pflueger, o nome vinha estampado na parte frontal da carretilha e sem o logo do bulldog. Assim como a Sal Trout é uma típica carretilha com influência da Art Decó no seu desenho.


  
Até a próxima e se eu lembrar de mais alguma coisa faço a edição mais tarde!