quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

MENSAGEM DE FINAL DE ANO - EDITORIAL

Em nome da equipe da FLY CAST desejo a todos um FELIZ NATAL e um Excelente FELIZ ANO NOVO.


Que 2010 seja muito melhor que 2009. Especialmente para quem gosta da pesca com mosca.

Que os FORMADORES DE OPINIÃO pensem o fly com menos amadorismo. Tá passando da hora de termos uma Pesca com Mosca no Brasil mais decente. Menos "OBA OBA" e mais ação. Mais informação de qualidade e menos "cultura inutil".

E 2009 foi legal.

Algumas coisas bacanas aconteceram para ajudar o fly se desenvolver: FLY e CIA, FLY MAGAZINE, FLY SHOP BRASIL.

Outras, entretanto, estão estagnadas e sem perspectivas de melhora: TODAS AS REVISTAS "ESPECIALIZADAS" DE PESCA, que mantem a mediocridade e mesmice. Eu, particularmente, cansei dessa papagaida toda. O Fly nessas revistas só tem servido para fomentar a vaidade de alguns que fazem quase tudo pra aparecer. Ridículo.

O TRADE SHOW da PESCA E CIA, em termos de pesca com mosca foi absolutamente MEDÍOCRE. A Summax apresentou uns equipamentinhos bem meia boca .Uma outra empresa que nem me lembro o nome trouxe umas coisas da OKUMA e ponto final. E há quem diga que a tralha da Summax é excelente (não é mesmo, KID??).

Televisão: Num dá nem pra comentar. Nem na internet tem programa de pesca descente.

Ficamos devendo nosso DVD. Não conseguimos finalizar (ainda) todo trabalho que estamos desenvolvendo. Faltou verba e tempo... Coisas de gente inexperiente. Mas ano que vem lançamos a bagaça e espero que tenha a qualidade que estamos buscando.

Com relação aos nossos cursos: Ficamos abaixo da nossa meta.

Foram realizados 14 cursos no decorrer do ano, queríamos atingir 20. Muita chuva, pouca gente interessada.

Confesso que na metade do ano pensei em parar tudo por falta de tesão mesmo... e de ver tanta babaquice acontecendo. E olha que mantemos os mesmos valores dos cursos há mais de quatro anos, não ajustamos um centavo se quer nesse tempo. E vamos manter os mesmos valores pro ano que vem.

E TEM GENTE QUERENDO FAZER DUMPING em CURSO DE FLY. SOMOS NÓS QUE FAZEMOS DUMPING. Desculpa aí !!!

Nosso turismo anda de mal a pior... E há quem diga que esse ano na Amazônia está um espetáculo... Com a seca que tá fazendo por lá (fruto da imbecilidade humana), está fácil pescar.

Os peixes estão desesperados... lutando pra sobreviver... Isso não é pescaria.

Se alguém acha exagero isso, me aponte 10 destinos de pesca no Brasil que tenha: qualidade de serviço, boa pescaria, proximidade dos grande centros e preços acessíveis. 10 é muito, então aponte 5. Se encontrar um, me dou por satisfeito. UM que seja para FLY!

A falta de ética é outro fator que vem marcando cada vez mais nosso segmento. Infelizmente. Os "picaretations" estão cada vez mais ativos... Mas um dia a casa cai. Oxalá isso aconteça logo. XÔ PICARETAGEM!

Mas o ano foi legal.

O Flamengo foi campeão num campeonato disputadíssimo pra sorte do meu amigo BULHÃO. O Palmeiras não foi pra libertadores. O tricolor do morumbi manteve-se como melhor paulista no Brasileirão, O Ronaldo Gorducho ainda não catou nenhum travéco, O Internacional teve que torcer pro Grêmio. Coisa de gaúcho...

Vai entender essa galera.

E por falar nisso, São Paulo (a cidade) teve ontem 63 pontos de alagamento. No ano todo, o Palmeiras no Brasileirão teve 62. Ou seja, Com os 63 pontos de alagamento São Paulo, só ontem, já estaria classificada para a Libertadores. (Piadinha da internet...)

Espero realmente que a galera que foi lá pra Copenhagen Climate Conference faça alguma coisa pelo clima do planeta. Senão... "adios pescarias".

Bom... vou ficando por aqui. Amanhã entro oficialmente de férias. Vou pro Caribe e EUA. Vou pescar, ver o Mickey e o Pato Donald, comer pra carai e encher a cara. Se sobrar uns trocos, dou uma passada na Bass Pro pra abastecer o armário.



Meu desejo pra 2010 é que possamos realmente ter uma pesca com mosca melhor, mais séria e ética, porém, menos careta e autoritária, como insistem alguns e sem "invenções" mirabolantes tipo fly-dive ou pinchos de 50 metros. Que tenhamos tralha boa e barata a disposição de todos. E que o Papai Noel seja generoso com todo mundo.



Vou dar um tempo nos Blogs e o site deve migrar pra outro servidor. Nossos e-mails, por enquanto, estão uma merda, uma hora funciona outra hora não... sinto muito por isso. Voltaremos com a corda toda em 10 de janeiro de 2010.

Quem quiser, me acha no celular.

Abração a todos,

Marcão.

Mas, como esse blog é destinado a carretilhas antigas, seguem 3 carretilhas que são absolutamente fantásticas.




A primeira, por ser uma clássica da ROSS, a nº 1. Uma homenagem da Ross às Skeletons.

A segunda, uma genuina Pflueger Progress.



A terceira e não menos importante, uma Wey Mark, inglesa. Com line guide e controle de drag.




segunda-feira, 16 de novembro de 2009

OCEAN CITY MANUFACTURING COMPANY

A OCEAN CITY MANUFACTURING COMPANY foi incorporada em 1923, na Filadélfia.

Por mais de 40 anos, foi a principal industria de carretilhas para água salgada e carretilhas de baixo custo, tanto para bait casting como para fly nos EUA.

As carretilhas de fly são de interesse moderado aos colecionadores, isto porque muitas delas foram fabricadas por Montague Company e apenas revendidas por esta empresa, especialmente as Skeletons.

O único modelo de Skeleton da empresa era a SOLITE.

Esta carretilha apareceu pela primeira vez em catálogo da empresa em 1936. A primeira geração surge do modelo da Meisselbach Featherlight.


Na foto podemos observar uma de 1937. Esta carretilha é semelhante as Meisselbach, uma vez que a empresa adquiriu algumas de sua patentes após o fechamento daquela empresa. Para saber mais sobre Meisselbach, basta pesquisar na lista ao lado.

Mas as semelhanças entre a SOLITE e outras carretilhas, não se resumem apenas as Meisselbach.

Uma segunda geração de carretilhas foi produzida por MONTAGUE e também recebeu o nome de SOLITE.

A diferença é que aparecia estampado no costado da carretilha o nome SOLITE, enquanto que as Montagues não traziam nenhuma informação, a não ser a expressão MADE IN USA na parte inferior dos pés da carretilha.

Apesar de semelhante com as featherlights da Meisselbach, a SOLITE da primeira geração trazia de diferente uma manivela feita em osso torneado.

Já as caretilhas da segunda geração, seemelhantes as Montagues, conforme podemos observar na imagens seqüentes, tinham pequenos detalhes que as difernciavam.

Não é de se estranhar essa semelhança, tendo em vista que a Ocean City acabou comprando a empresa na década de 30.




Aqui podemos observar uma MONTAGUE comum. O desenho triangular do carretel é marca caracteristica dessa empresa, enquanto que o desenho de pétalas na imagem acima, caracerizam uma clássica carretilha MEISSELBACH.

A segunda geração da OCEAN CITY SOLITE, além do desenho igual ao da MONTAGUE, traz outra diferença. A manivela em plástico duro, em cor branca. Nas MONTAGUES a manivela era em madeira pintada (ou em branco ou apenas enverzinada).


Estas carretilhas apareceram nos catálogos da Ocean City na década de quarenta, em pleno período da II Guerra Mundial. O que chama a atenção na história da empresa, é justamente o fato dela estar em pleno vapor de atividades no momento mais crítico do século XX.

Nitidamente, é possível observar a semelhança entre as carretilhas Montague e Ocean City.

Não sendo necessário ser nenhum expert no assunto para saber que ambas sairam da mesma fábrica.

Estas carretilhas eram feitas em metal comum e pintadas em tinta preta fosca. Talvez seja a característica principal das carretilhas, que sempre foram feitas em cor, ao contrário de outras marcas que tinha a opção de manter a coloração do metal original. Eram baratas, em termos de custo e com uma qualidade razoável. Típico produto popular, o que ajuda a entender como a empresa conseguiu se manter no topo, mesmo no período turbulento do meio do século passado.



Saindo um pouco do tema SKELETONS, não posso deixar de comentar sobre um outro modelo de carretilhas da OCEAN CITY.

A Ocean City # 35 foi uma carretilha que revolucionou uma época.


Surgiu no finalda década de 40 e início da de 50, com um conceito bastante revolucinário para a época.

Foi a primeira carretilha single action com sistema anti-reverso, de baixo custo.

Adotando uma linha de carretilhas inglesas, oriundas da House of HARDY, esta carretilha apresenta uma mola interna entre o carretel e o corpo da carretilha que impede que ele gire livremente, mesmo com o botão do clic drag desarmado.


Ao contrário das carretilhas inglesas, com sistema de freios e catracas absolutamente precisos, este pequeno e simples dispositivo permitiu que a carretilha se tornasse uma das principais referências, em determinado período, justamente pelo custo baixo e qualidade alta.

Seguindo a linha da empresa, esta carretilha também vinha na cor preta, uma das marcas registradas da Ocean City.


Outro fator que fez dessa carretilha uma das mais vendidas no período do pós guerra nos Estados Unidos, foi o line guide introduzido no corpo da carretilha, item apenas utilizado até então em carretilhas de corrico, mistas (bait e fly) e especialmente nas européias (inglesas e francesas) para a pesca com mosca.

  Estes detalhes, associados a uma tradição já consolidada pela marca fez da 35 uma das principais carretilhas de toda a grade de peças produzidas por Ocean City.


Outro fator importante, este voltado aos colecionadores, é que com a aquisição da MONTAGUE por parte da OCEAN CITY, esta adotou o simbolo do peixe saltando como sua logo marca.

Na década de 50, o catálogo da Ocean City já anunciava produtos da Montague Company em conjunto com os da própria empresa.

Enquanto que Montague era a divisão que cuidava da fabricação das varas de pesca, a Ocean City cuidava da fabricação das carretilhas. O lema da empresa era "World leaders in rods and reels" demonstrando que se tratavam de duas empresas distntas, mas que na prática eram uma só.



Na imagem do catálogo é possível ver o "lançamento" de um equipamento multi-uso. Um dos primeiros COMBOS a serem lançados no mercado. Uma vara com grip e seções intercambiáveis que permitiam seu uso tanto com caretilhas de bait casting como de fly.

O interessante disso é que ainda é comum nos EUA encontrarmos esse tipo de conceito nos dias de hoje.

Obviamente que a qualidade dos equipamentos atuais sejam de qualidade inferior àqueles dado ao pequeno interesse dos pescadores por esse tipo de equipamento em outras partes do mundo.

Na imagem que segue podemos observar uma caixa de uma carretiha da Ocean City com a logomarca em destaque.




O símbolo, originário da MONTAGUE, reforça a força que a OCEAN CITY adiquiriu por um longo período nos EUA.

Ao observar a imagem da RAPIDAN, quando comentamos sobre a  MONTAGUE, podemos percebr que a semelhança entre os simbolos é imensa.


A OCEAN CITY, além da Montague adquiriu outras marcas, como foi o caso da TRUE TEMPER, da qual falaremos em breve!

FICO POR AQUI.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

MONTAGUE CITY ROD COMPANY

Dando sequência ao tema CARRETILHAS SKELETONS e seus FABRICANTES, vamos abordar neste tópico uma das empresas que mais produziu carretilhas nos EUA em pouco mais de 50 anos.




Trata-se da Montague City Rod Co., fundada pelos irmãos Eugene e Leander Bartlett, na cidade de Montague,em Massachusetts, por volta de 1881. A fábrica começou produzindo varas de bambu e, posteriormente, passou a fabricar carretilhas. Em 1885 a Companhia começou a expandir seus negócios com a compra da Thomas H. Chubb Rod and Reel Factory em Vermont e, posteriormente, a U. S. Net & Twine Factory, no Brooklyn em N. York , por volta de 1889.   


Entre os diversos modelos de carretilhas da Montague, um, no meu entender, merece destaque. É o modelo RAPIDAN.

A Montague traz um carretel com desenhos triangulares, diferentes dos desenhos de outras empresas.

Além disso, na parte posterior o logo da empresa com o nome da carretilha serve como identificação.

O desenho do peixe saltando no logo desperta o desejo do colecionadores em adquirir um exemplar para qualquer  coleção.

Outro fator importante, é que essa carretilha foi produzida em duralumínio e sua manivela em plástico duro.

Isto sugere que a data de produção destas carretilhas nos remete ao final da década de 30 até incício da década de 50.

Abaixo, podemos observar a carretilha em detalhes.



O desenho típico do carretel com figuras triangulares diferencia a Montague de outros fabricantes.

 

No costado da carretilha é possível observar a marca estampada com o modelo. Abaixo, o detalhe do logo, como o peixe saltando que faz da carretilha ser objeto de interesse aos colecionadores.




Além do Rapidan, a Montague também lançou outras carretilhas de menor interesse aos colecionadores.

São carretilhas "inominadas", ou seja, não trazem no corpo da carretilha nenhuma informação a respeito da marca, apenas a expressão "made in USA" na parte inferior do pé da carretilha.

Estes modelos, foram produzidos em período anterior ao da Rapidan. Provavelmente não trazem nenhuma identificação da empresa porque deveriam ser fabricadas para a revenda por outras empresas, que ali colocariam suas marcas, a exemplo da Meisselbach, Hendryx e Winschester. Estas carretilhas tinham um valor bem inferior sendo vendidas na época a 50 centavos de dolar.

Além disso, este modelos foram fabricados em metal comum, podendo vir pintadas em preto ou em bronze.

Os desenhos triangulares do carretel, muito similares ao de outras marcas gera certa confusão àqueles que procuram por carretilhas de outras marcas. Isto porque nestes modelos esses desenhos eram levemente "arredondados" nas laterais, diferentemente do modelo Rapidan.

As manivels eram de madeira, dando um charme especial à carretilha. Abaixo, podemos observa uma da nossa coleção, com a pintura zuadinha. Porém toda original.



Na imagem que segue, vemos a parte posterior da carretilha, onde o click drag é colocado na parte inferior do corpo da carretilha, enquanto que no modelo Rapidan ele é lateral.

Com a pintura descascada é possível observar a cor original do metal. Alguns modelos foram fabricados apenas no metal, permitindo que outras empresas adequassem aquela carretilha às suas necessidades.



Abaixo, é possível ver a estampa MADE IN USA que identificava os modelos "inominados" da Montague.



Lembre-se que se quiser ver a foto em tamanho maior, basta clicar sobre ela.

Algumas carretilhas da Montague foram comercializadas por outras empresas importantes, destaca-se a OCEAN CITY, que vendia o modelo SOLITE (apereceu, pela primeira vez, no catálogo da empresa em 1936), muito semelhante ao modelo acima. A diferença fundamental estava no tipo de manivela que este modelo apresentava. Quando chegar a vez da Ocean City, aprofundaremos mais esse assunto.

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Para quem gosta de carretilhas diferentes e "exóticas" esta aqui acabou de chegar.  Ainda não tive condições de pesquisar nada sobre ela.

Não tem nenhum nome marcado ou qualquer identificação. O camarada que me vendeu também não sabia nada sobre ela, a não ser que foi produzida na década de 20 ou 30.

Existe apenas escrito "made in usa" no pé, na parte superior e a manivela é em plástico duro torneado.

Se alguém souber ou tiver alguma informação sobre ela, agradeço a ajuda.!!!!





Até a próxima!!!!
Há!!!! antes que eu e esqueça:
não deixe de visitar o blog da flycast.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MEISSELBACH BRO & Co. - Parte III

Nesta 3ª e última parte do tema MEISSELBACH, vamos falar de 3 modelos de carretilhas que são considerados muito importantes para os colecionadores. São raros e dificieis de serem encontrados, acredito muito mais que as carretilhas de outras séries.

BLUE DIAMOND TROUT REEL

A série BLUE DIAMOND causou muita confusão aos colecionadores antes de sua origem ser descoberta.

Phil White um dos maiores experts em Meisselbach, conta que a primeira carretilha adquirida por ele em uma feira de material de pesca antigos tinha o nome featherlight gravado apesar de ser uma carrretilha com desenho bem diferente das Featherlights da 1ª e 2ª geração. Para saber mais sobre a FEATHERLIGHT, veja a parte II do tópico.

A Blue Diamond tem um carretel ventilado com circulos concentricos enquanto que a Featherlight apresenta os tradiconais desenhos de pétalas, conforme comentado anteriormente na parte II.

Outro fator marcante é que a carretilha é soldada e traz o nome "Featherlight 260" gravado na parte inferior dos pés da carretilha e na parte frontal do carretel foi gravado BLUE DIAMOND TROUT e A. F. Meisselbach/ Newark/NJ.



Phil White conta, ainda, que numa segunda ocasião,em uma outra feira encontrou um anuncio de 1912 de um catálogo da Norvell-Shapleigh Hardware Company que mostrava a ilustração da BLUE DIAMOND.

Pode-se concluir sem nenhuma dúvida que Meisselbach produziu as carretilhas para aquela empresa. Segundo o autor, a marca DIAMOND foi utilizada por NORVELL-SHAPLEIGH em muitos de seus produtos.

A confusão ficou ainda maior, quando ele conseguiu adquirir uma nova BLUE DIAMOD, sendo que esta era completamente diferente da primeira e totalmente diferente das demais da linha de Meisselbach.

Este segundo modelo era similar ao modelo patenteado por ANDREW WOLLENSAK e vendido pela empresa de H. J. Frost, THE ROCHESTER REEL COMPANY. O autor acreditou durante muitos anos que estas carretilhas também tinham sido fabricadas por Meisselbach para a empresa de Frost.

Entretanto esta segunda versão não foi fabricada por Meisselbach. Ou seja, Wollensak manufaturava as carretilhas para a ROCHESTER enquanto que Meisselbach produziu as carretilhas para Norvell-Shapleigh Hardware Company.

Se comparadas, de fato, as carretilhas são bem diferentes conforme a foto abaixo.


Muito embora as carretilhas Blue Diamond não sejam consideradas modelos SKELETONS, são peças raras para os colecionadores justamente por apresentarem essa caracteristica de duplicidade do nome.

Mesmo assim, a Blue Diamond fabricada por Meisselbach marca um período de transição no desenho das carretilhas fabricadas por aquela empresa. Deixando o desenho de pétalas do carretel e o estilo "open frame" passando para odesenho de circulos concêntricos e mais fechada.


ZEPHYR

Meisselbach & Bro. também produziu dois modelos das clássicas raised pillar skeleton chamada ZEPHYR.

Estas carretilhas não traziam nenhuma denominação estampada no corpo da carretilha, sugerindo que se tratavam de carretilhas destinadas a serem vendidadas por outras empresas ou para ser uma segunda linha da própria empresa.

Assim como as outras carretilhas da empresa, as ZEPHYR's foram produzidas em dois acabamentos, niquel prateado e bronze.

Na foto a seguir, podemos observar os dois modelos das carretilhas ZEPHYR produzidas por Meisselbach entre 1915 e 1919.
  



 GOOD LUCK TROUT REEL

Além das carretilhas já apresentadas e produzidas por A. Messeilbach & Bro, restou uma que no meu entendimento é das mais bonitas já fabricadas para aquele período.


Trata-se da GOOD LUCK TROUT REEL, que teve seu período de fabricação entre os anos de 1915 e 1918. Essa carretilha, conforme pode-se observar na foto, trazia o carretel totalmente livre do corpo da carretilha, apenas fixado por um único parafuso, acoplado à parte posterior.  Efetivamente, trata-se de um modelo bastante peculiar pois lembra as carretilhas inglesas de madeira centrepin, de período anterior.

A grande "sacada" de Meisselbach foi utilizar um desenho de uma carretilha de madeira em uma carretilha de metal, mais leve e ventilada.  A Good Luck, segundo Phil White, foi produzida em um único tamanho em dois acabamentos, niquel prateado e bronze, seguindo a tendência da empresa.
Enquanto uma Featherlight era vendida por U.$ 2.00 essa carretilha custava U.$ 0.75 !  Algo inimáginavel nos dias de hoje.

A Good Luck é dificil de se encontrar em leilões eletrônicos (tipo EBay). Algumas podem ser obtidas em feiras realizdas pela O.R.C.A (Old Reel Collectors Association) e podem superar o valor de U$ 200,00 com facilidade ou, ainda, em sites e lojas especializados em equipamentos antigos.

Da grade de carretilhas produzidas por Meisselbach é, sem dúvida, uma das mais representativas para os colecionadores.

Além das Skeletons, Meisselbach produziu uma série de outras carretilhas com destaque para as RAINBOW e outras , entre elas as automáticas. Por não se tratarem de carretilhas SKELETONS deixaremos para comentar sobre elas em uma outra oportunidade. Só para se ter uma idéia da importância da empresa, Meisselbach produziu pelo menos 20 modelos diferentes de carretilhas de fly. Sem dúvida as Skeletons marcaram uma época, sendo que as produzidas por A. Meisselbach e Bro. foram das mais representativas paa aquele período.  



Para quem pretende começar uma coleção de carretilhas de fly, as Meisselbach são peças importantes e não podem faltar na prateleira.

Agradecimento: PHIL WHITE pelas imagens cedidas (todas as fotos das carretilhas fazem parte do acervo do autor) e pela ajuda com as informações publicadas aqui.

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  Mudando de assunto - Dias 7 e 8 de novembro estaremos realizando um curso de fly básico na cidade de ITU, em parceria com  FLY & CIA.  Para saber mais sobre esse curso acesse a página da Fly e Cia (clique no nome em destaqe ou no link ao lado e entre em contato com o Morelli.

O curso será realizado no sábado dia 7, na loja da Fly (teórico) e Cia e no Domingo no PESQUEIRO TIO OSCAR (prático).

Fico por aqui.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

MEISSELBACH BRO COMPANY - Parte II

Dando continuidade ao tema, vamo falar hoje de mais alguns modelos de Skeletons da Meisselbach.

No tópico passado, comentamos sobre os modelos Amateur e Expert.

Um outro modelo muito importante é o Allright.

ALLRIGHT

De acordo com as informações de Phil White e, também, com os dados fornecidos por Richard K. Lodge em seu livro Skeletons, já comentado aqui em outra ocasião, a ALLRIGHT é uma carretilha que nunca se tornou popular, porém a patente serviu de referência para que fosse copiada até os dias de hoje.



A patente foi concedida em 1896 e diferentemente das Skeletons convencionais a carretilha foi desenhada com a parte posterior totalmente fechada. 

Muitas das carretilhas atuais seguiram essa linha de desenho. O carretel mantém o desenho de pétalas, tradicional nas carretilhas Meisselbach.

Um detalhe importante, é que a carretilha não foi desenhada para a pesca com mosca, especialmente o tamanho maior, mas sim como uma carretilha para a pesca do bass na modalidade de aremesso.


A Allrigh foi desenhada em três tamanhos diferentes. A nº 110, considerada uma Trout Reel, a 120, considerada uma carretilha para Bass e a 130, desenhada para a pesca em água salgada.

Na foto, podemos ver a parte possterior da Allrigh nº120, no detalhe é possível observar a patente estampada no costado da carretilha.

A Allrigh foi a primeira carretilha desenhada com a parte posterior totalmente fechada.


A parte posterior manteve o estilo de todas as carretilhas meisselbach.

A Carretilha foi desenha com dois tipos de metais. A menor foi fabricada em níquel enquanto que as maiores foram feitas em bronze.

Isto a torna mais atrativa para os colecionadores.

As carretilhas Allright podem ser consideradas bastante raras para os fanáticos pela marca. Não só pelo valor histórico, mas pelas caracteristicas marcantes que diferenciam esta carretilha das demais.




Na imagem podemos observar uma 120 em bronze e uma 110 em níquel. A diferença de tamanho dá a exata dimensão dos padrões das carretilhas da época.


É importante observar que ainda hoje, estas dimensões ainda são preservadas.
        

FEATHERLIGHT


Uma outra linha de carretilhas da Compahia Meisselbach é a FEATHERLIGHT.

Considerada por muitos a mais clássica linha de carretilhas Skeletons, seu projeto foi copiado por mais de 100 anos.

A Featherlight foi desenhada em duas versões. A primeira versão, chamada de raised pillar e a segunda versão, onde a armação era selada ou soldada, de stamped frame.

A primeira geração foi produzida entre 1095 e 1906 enquanto que a segunda geração começou em 1904 até 1919.


Este projeto evoluiu da Allrigh, com diferença para a a parte posterior que passou a ser ventilada ou aberta (open frame).

A Featherlight da primeira geração foi desenhada em metal robusto em 3 tamanhos, com dois tipos de acabamento. São identificadas através da numeração 260, 270 e 280.

O nome aparece na parte frontal da carretilha, enquanto que na parte posterior podemos encontrar a data da patente.

Outro detalhe que chama a atenção é desenho dos pés dessa carretilha. As Featherlight da primeira geração tem um deseho exclusívo, em formato de losango na parte central e dois circulos na laterais sendo esses elementos vazados, de acordo com a imagem seguinte.

O número que identifica o tamanho da carretilha vem gravado na parte inferior.



É, sem dúvida, uma das carretilhas mais ricas em detalhes que marcou toda uma geração. É também uma das mais raras e procuradas por colecionadores de todo o mundo.

A Featherlight da segunda geração teve sua armação soldada e em relevo para dar um acabamento em três dimensões. Foram desenhadas, também, em 3 tamanhos e com dois tipos de acabamento - niquel cromado e bronze, mesmos acabamentos da primeira geração. São identificadas através da numeração 250, 260 e 290.

Muito embora a carretilha nº 260 apareça nas duas gerações,  o tamanho da segunda é identico a carretilha nº 270 da primeira geração. Segundo Phil White, em seu livro, não existe uma razão específica para essa alteração, a melhor opção seria ter cada modelo um número distinto.

Muito embora essa pequena "confusão" possa ocorrer, para efeitos de identificação do modelo, as características das carretilhas da segunda geração facilitam a diferenciação.

O nome da carretilha vem gravado na parte inferior da base, junto com o número de identificação. Não há estampa da patente e, obviamente, todo o desenho da carretilha selado e em relevo não deixam dúvidas quanto a diferença de gerações.
       
Nos dois casos, ou seja, tanto nas carretilhas da 1ª geração, como nas carretilhas da 2ª geração, a procura é muito grande. Os valores de compra podem ser altos, em leilões eletrônicos.

No caso das featherlights além do desenho de pétalas caracteristico das carretilhas de A. Meisselbach, aparece também pela primeira vez um segundo elemento, em forma triangular contornando todo o carretel. Este desenho de carretel foi copiado por diversas marcas até os dias atuais.

Nas imagens seguintes, podemos observar os dois modelos de Featherlight de gerações distintas, mostrando a grande diferença entre as gerações. O acabamento mais escuro em bronze e o mais claro em níquel cromado também distinguem os modelos. É possível encontrar qualquer um dos modelos com os dois tipos de acabamento.


Na foto da esquerda, as carretilhas vistas de frente, sem a manivela, e na foto da direita a parte do costado das carretilhas.



Se quiser ver em tamanho maior, basta clicar em cima das imagens.



A seguir vemos as carretilhas nº 250 e 290 da coleção de PHIL WHITE. Apenas para efeito de comparação de tamanho.


Nota-se, também, que a carretilha nº 290 sofreu alteração no desenho original, que além do desenho de pétalas no carretel ganha pequenos circulos vazados no lugar da figura triangular.


A diferença no desenho da manivela também demonstra períodos diferentes de fabricação.

A carretilha 290 foi desenvolvida inicialmente para ser uma carretilha de troling (corrico) e não para a pesca com mosca. Entretanto, é aceita e ainda utilizada no flyfishing.

Por hoje é só.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

MEISSELBACH & BRO COMPANY - Parte I


Dando sequência ao tema "CARRETILHAS SKELETONS E SEUS FABRICANTES", chegou a hora e a vez de abordarmos uma das mais importantes empresas e marcas para aqueles que colecionam ou pretendem começar uma coleção de carretilhas antigas.


Trata-se de MEISSELBACH e BRO Co. Este tópico será dividido em partes. A primeira parte é uma breve resenha histórica sobre a Companhia.


A segunda parte, aborda dois dos diversos modelos lançados pela empresa, durante a sua existência. A Amateur e a Expert. Os demais modelos serão comentados nos capítulos seguintes.

Para falar sobre este tema, me socorro das informações obtidas de um um dos maiores, senão o maior, especialista no assunto. PHIL WHITE, autor e escritor de duas obras específicas sobre a empresa e diversos artigos para revistas e sites especializados.


Durante décadas, Phil White se dedicou a pesquisar a história e os equipamentos de Meisselbach.



Os livros da imagem ao lado são referências para todos os colecionadores do mundo.


Excelentes obras para aqueles que desejam começar uma coleção ou conhecer com maior profundidade a história dessa Companhia, fica aqui a sugestão.


De acordo com o o autor, AUGUST FREDERICK MEISSELBACH, nasceu em Newark, NJ, em 1865. Foi o segundo filho de uma familia imigrantes alemães que foram para os EUA na década de 1850.


Assim como seu pai e seu irmão mais velho Willian, August tinha uma grande inclinação para atividades mecânicas. Começou a trabalhar como armeiro na empresa de armas de fogo que seu pai trabalhava e graças a sua habilidade para mecânica e grande interesse em caça e pesca começou a desenvolver suas próprias carretilhas de pesca, na garagem da casa de seu pai.


Ainda, segundo o autor, no outono de 1885, "Gus" entrou no escritório dos advogados Crane e Miller com alguns desenhos e amostras de suas carretilhas. Seu objetivo era conseguir a patente para aquelas peças. Em 23 fevereiro de 1886, a patente foi concedida. August tinha apenas 20 anos de idade. A carretilha recebeu o nome de "Gogebic reel".


Pouco tempo depois, alguns anuncios apareceram na America Angler e outras revistas especializadas propagando as virtudes das carretilhas.



Nesse período, August firma um contrato com A. G. Spalding e Brothers Company, uma loja de materias esportivos.


Se você associou o nome SPALDING ao baseball ou Basket, é exatamente esse. Pois bem, Meisselbach passa a vender suas carretilhas na grande loja.


Com os negócios crescendo, Willian junta-se a August e dão início a MEISSELBACH BROS FISHING REEL MFRS, mudando sua pequena oficina para um galpão atrás da casa de sua familia, onde passam a produzir outros modelos. Com a demanda aumentando, resolvem vender seus próprios produtos.


Entre 1900 e 1917, Meisselbach pode ser considerada uma das principais marcas em carretilhas dos EUA, novos produtos são incorporados, com um custo relativamente baixo e apelo inovador para um público de pescadores que crescia.


Em 1906 a Companhia foi incorporada. Em franco crescimento a empresa passa de um galpão para uma fábrica de três andares, com 75 empregados.


A empresa já contava com uma linha de produção e montagem forte, Meisselbach passou a ser uma das companias dominantes no seguimento de carretilhas.

Muitos modelos foram desenvolvidos, conforme veremos a seguir, que podem nos dar alguma noção da importância da empresa para a época.

Além das carretilhas Meisselbach, começa a produzir peças para a industria fonográfica de Otto Heinemann. Para conhecer um pouco da história de Otto Heinemann, acesse aqui.


Em 1917 a A. F. Meisselbach e Bro Co. foi vendida para a empresa Otto Heinemann Phonograph Suplly Co., de Nova Iorque. Heinemann muda o nome da empresa para A. F. Meisselbach Mfg. Co. e muda a sede para a cidade de Nova Iorque.


Em 1919, morre Willian Meisselbach. Em 1926, morre August F. Meisselbach aos 61 anos de idade.



Otto Heinemann, ao poucos vai diminuido a produção de carretilhas e aumentando a produção peças para os fonónografos e gramofones, até que em 1921 a produção de carertilhas era movida para a nova fábrica da empresa em Elyria, Ohio. Ali produziam-se apenas os modelos mais simples.


Em 1925, o nome da empresa foi mudado novamente para GENERAL INDUSTRIES, muitas carretilhas que hoje são colecionáveis foram produzidas em Ohio, especialmente as da Série OKEH. Com a grande depressão da década de 30, a linha de produção de carretilhas foi desaparecendo e com a segunda grande guerra, a empresa passou a produzir equipamentos para a guerra, em 1941, mesmo com o fim da guerra, a produção de carretilhas não foi retomada.


Depois dessa breve introdução, vamos falar das carretilhas, especialmente as skeletons e outros modelos desenvolvidos para o fly fishing.

Meisselbach desenvolveu uma série de carretilhas divididas em categorias e modelos.

AMATEUR


A primeira, que gerou a patente foi a AMATEUR (ou amador), também conhecida como GOGEBIC. Essa carretilha foi desenhada de duas maneiras, a horizontal ou sidemount e a vertical ou raised pillar.

Pode se notar o drag clic na parte frontal da carretilha. É extremamente rara de se encontrar, especialmente o modelo vertical. a Side mount já é uma carretilha mais acessível.

A linha Amateur foi desenhada em 8 tamanhos diferentes, tanto no estilo sidemount como no estilo vertical.



EXPERT

 

A segunda série de carretilhas foi chamada de EXPERT. Algumas alterações foram feitas nesse modelo, especialmente com relação a engrenagem do drag clic.


Nos primeiros modelos, era frontal da mesma forma que a Amateur.


Na segunda geração, o sistema passou para a parte posterior da carretilha, com a trava do clic exposta.

Os modelos mais novos tiveram uma cobertura a engrenagem do clic agregada ao corpo da carretilha.



As carretilhas Meisselbach, entretanto, não traziam o nome da companhia estampado, apenas o nome do modelo, o número da carretilha (que referia-se ao tamanho dela) e a data da patente.

A seguir, podemos observar as três gerações da Expert.

A foto que segue, da coleção de Phil White, mostra uma Expert com o clic pawl frontal.

Na parte superior do carretel, a data da patente estampada. O sistema de contra-balanço, ou contra-peso,  à manivela foi desenvolvido pelo próprio A. F. Meisselbach.

Outra característica marcante nas carretilhas Meisselbach é o desenho de pétalas no carretel. O desenho marcou um estilo e época.

A segunda geração das Expert traz uma diferença importante. O sistema de clic pawl passa para a parte posterior da carretilha. Ainda se mantém exposto.
Pode-se perceber, ainda, na parte superior o nome do modelo estampado no corpo da carretilha.

A terceira geração agrega uma tampa de proteção a engrenagem do drag clic. O interessante é observar que cada modelo preservou o deseho inicial. As alterações foram acrescidas gradualmente, sem modificar o estilo e caracterisca básica da carretilha.
A Expert foi a primeira linha de carretilhas que trouxe estampado o nome e número (tamanho) da carretilha.

Foram produzidas em 8 tamanhos diferentes. Para quem pretende iniciar uma coleção de carretilhas antigas, as Expert e Amateur são peças importantes e bem valorizadas. Existem colecionadores que se dedicam exclusivamente a peças da Marca.


Da minha coleção, fazem parte as 3 Experts acima. A do lado esquerdo é uma da 3ª geração #17, a da direita é uma # 22. A da frente é uma da 2ª Geração.

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Uma dica: Se quiser ver a imagem em tamanho maior, clique em cima delas.